SUGESTÃO...


"Num dia de sol mágico
os espelhos resolveram não reflectir as caras,
mas apenas o que os olhos traziam da rua."

"Era um espelho estranho, não reflectia coisa alguma, pensou. Ou melhor, estava a aparecer uma imagem que antes, era capaz de jurá-lo, lá não estava. Uma imagem cinzenta. Uma casa. Quase vazia, de mobília, de decoração, de alma(…) Que estranho espelho, em todo o caso, suspirou por dentro.
Estranho porque inexplicáveis as imagens que reflectia, ou melhor, talvez, as imagens que criava, tiradas de dentro dos que pretendiam ver-se nele. Era como se o espelho nos visse e nos mostrasse por dentro. Como se, ao contrário do espelho de Alice, fosse ele a mergulhar em nós, reflectindo-nos, reflectindo o desconhecido interior de Maria, de João, o fotógrafo, da Dona Manuela ou de Paulo… "

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