Navegarem-me, é como sentir o distante, perto... A quem me sente, um embarque imprevisto pela caravela Memória, navegando em semelhanças e lembranças entre mares. Naufrágios... na minha face a queda fria das lágrimas que sem pressa arrefeceram no berço do meu olhar... os beijos sem regresso que me tocam o descanso, as esperas que larguei... a traição da realidade do que é certo... a perseguição do sonho híbrido pelos prantos... sobrevoando! O marulhar no solfejo dos anseios na partitura de mar morto... marés baralhadas pela lua!
Só existe uma partida para cada chegada, uma voz para cada canto, duas asas para um só corpo ... os voos, esses são desfeitos por cada um, pelo impulso do instinto e com lealdade ao que se sente... ascender sem sentir a verdadeira queda não é ascensão.
Não conseguir escrever mais é porque ainda existem barreiras do além do sentir... Tanto que fica por dizer e outro tanto que fica por sentir...
mar